domingo, 9 de maio de 2010

Dia das MÃES ... Dia para Reflexão !

Hoje, 09 de maio de 2010, é o Dia das MÃES, para minha mãe Aguida Silveira e para todas as mães, meus Parabéns !!!

O Rafael Peçanha, professor de história, pós-graduado em Sociologia Urbana pela UERJ, mestrando em Antropologia pela UFF e blogueiro (http://rafaelpecanha.blogspot.com/) nas horas vagas escreve essa mensagem para as mães:

Ser mãe não é um laço de parentesco; não é um dom ou uma dádiva – ser mãe é uma função. Não uma função matemática ou uma função empregatícia – ser mãe é uma função social, antropológica, quem sabe uma função poética.

O pai que ama é mãe. O homem que deseja ser pai é mãe. O que ama a linda mãe de lindo filho, mãe é também. Quem se preocupa com o filho que não é seu, longe de ser invasor, é mãe. Ser mãe é pensar no filho longe e esquecer do perigo ao lado. Mãe é todo ser que possui a função de viver em função de um outro. Mãe é todo homem ou mulher que, por instinto, maneja um braço para salvar a vida de quem ama, e o outro para não deixar que ela se afaste.

Ser mãe é uma função. Como diriam os antropólogos funcionalistas, é uma categoria mental que existe em todas as sociedades do mundo e da história. Sendo uma categoria mental, não se prende a dicotomias sexuais, à genética ou a encargos hierárquicos. Governantes já se afirmaram “pai dos pobres”, mas por terem se esquecido da maternidade, não passaram de madrastas más. A importância da representação materna na política brota neste ano com o batizado de uma candidata à presidência sob o nome de “mãe do PAC”. O serviço público, ao abrigar alguns de funcionários fantasmas aproveitadores, é chamado popularmente de “mãe de tetas gordas”. Os baianos preferem amá-la ao ponto de diminuí-la – é a “mainha”, para caber mais fácil no coração. Os andinos preferem adorá-la ao ponto de crescê-la e torná-la mãe do universo, mãe da terra – a Pachamama.

Sendo uma função antropológica, o “ser mãe” se manifesta em todos os sexos e em todas as áreas da vida social. Ser mãe na política é pensar no povo acima de si – e, sendo assim, somos quase órfãos. Ser mãe na educação é perscrutar as necessidades e códigos culturais dos alunos para ensinar “na língua deles” – e talvez, pela falta disso, muitos se sintam sem mãe em casa e também na escola. Ser mãe nos relacionamentos amorosos é errar por amar demais; é entender a distância como tão necessária quanto a presença; é transformar a pressa em espera; é se dispor a mudar toda a vida em função do “filho”; é tomar decisões individualistas para objetivos altruístas.

A todas as mães, neste dia, meus parabéns mais sinceros e mais apartados de apelos consumistas ou sentimentalistas. Seja esta data momento de pensarmos a maternidade como a função social máxima e presente em todas as classes, guetos e cantos das cidades. Todos nós podemos ser mães – basta quereremos ser, basta querermos amar.

Parabéns Rafael pelo texto!

A todos, um FELIZ DIA DAS MÃES !!!

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