terça-feira, 2 de junho de 2009

Reparos de estruturas de concreto

Corrosões e bicheiras em estruturas de concreto são comuns devido a falhas de concretagem, quando a mistura não ficou homogênea, o adensamento deixou arestas ou, ao ser especificado, o traço do concreto não foi respeitado. Com o tempo, surgem fissuras, trincas e lascamentos na estrutura.

A armadura, se exposta ao ambiente, poderá apresentar corrosão por causa de agentes presentes no ar. O procedimento de pequenos reparos superficiais, em concreto, de certa forma é simples, mas requer que se delimite uma área de corte, seja feita a limpeza das armaduras e seja aplicada uma argamassa polimérica ou graute compatível com a estrutura.

O graute é utilizado, geralmente, para preenchimento de reparos mais profundos e pode ser aplicado em camadas com até 5 cm de espessura, sem adição de brita ou pedrisco. O produto sofre um processo microexpansivo após a aplicação, a fim de se travar nas paredes da área reparada. Já a argamassa polimérica é recomendada para preencher reparos com até 2 cm de espessura, para garantir sua sustentação e aderência à área reparada, antes da pega do material. É necessário também que a área de reparo tenha profundidade uniforme e paredes em ângulos retos (90°), para melhor ancoragem do material e evitar fissuração do graute ou da argamassa.

Antes de comprar o graute ou argamassa é necessário, se possível, conhecer todas as características do reparo, tais como: os agentes causadores de corrosão presentes naquele ambiente, a resistência de compressão necessária ao material, o grau de impermeabilidade, o tempo de cura e se o produto será fluido ou moldável. Veremos a seguir todos os cuidados que garantem um bom resultado em pequenos reparos estruturais e a variedade de produtos existentes no mercado.

Graute ou argamassa?

Você poderá optar por qualquer um dos dois em pequenos reparos, ficando atento principalmente à profundidade do local. É possível encontrar no mercado produtos para diferentes situações, e não existe um padrão comparativo devido à falta de classificação e norma regulamentadora. É comum encontrar denominações como: uso geral, de reparo, altas temperaturas, para autonivelamento etc.

De maneira geral, os reparos podem ser classificados em "estruturais" e "não estruturais". Os chamados grautes e as argamassas poliméricas oferecem a estabilidade e a capacidade de proteção das armaduras suficientes para reparos não estruturais.

Poderá ainda escolher se o produto é fluido - para preenchimento horizontal ou em locais com grande quantidade de obstáculos que dificultem o adensamento - ou moldável - que permitem adensamento perfeito ou aplicação em superfícies verticais -, dependendo da dificuldade de acesso ao local a ser aplicado. O importante, no reparo, é preencher totalmente a área.

O acabamento com verniz ou hidrofugante é facultativo, pois a maioria dos produtos em oferta no mercado já levam em sua composição componente impermeabilizante. Mas caso opte por um produto sem hidrofugante, a impermeabilização pode ser feita depois que a superfície estiver curada.

Veja abaixo o passo a passo para realização do serviço:

Marcação da área: Delimite a área com um ângulo reto, de preferência retangular, com uma folga de 10 cm a 15 cm da área com bicheira ou c
om armadura exposta.

Corte Corte: a região demarcada com disco de corte apropriado, tomando o cuidado de efetuar o cruzamento dos cortes nos cantos do reparo a fim de assegurar a profundidade. Isso garante maior facilidade para a limpeza do local. Durante o corte, tome cuidado para não romper a armadura, se houver.

Remoção do concreto deteriorado: Com ponteiro e marreta ou rompedor elétrico, apicoar e eliminar todas as áreas deterioradas, criando uma superfície regular e limpa.

Para reparos com armadura, remova todo o concreto em volta da armadura corroída deixando, em seu contorno, um vão suficiente que passe a sua mão. Para continuar o reparo, a deterioração da armadura deverá estar apenas superficial, pois se a perda for muito grande será necessário consultar um especialista para realizar a substituição.

Limpeza da área de trabalho: A superfície do concreto deve estar isenta de partículas soltas e da presença de graxa e óleos. A área deve estar rugosa para obter boa aderência.

Limpe a armadura com lixa ou escova de aço para eliminar a ferrugem. Depois, com um pincel aplique uma camada de um produto inibidor de corrosão (primer epóxi, rico em zinco) evitando manchar o concreto. Importante: antes do próximo passo é necessário obedecer o tempo de cura do produto especificado pelo fabricante.

Preparação da mistura e da área: Umedeça a área com a broxa e em seguida prepare a argamassa ou graute de acordo com a recomendação do fabricante.

Recomposição do concreto: Imediatamente após a preparação da mistura, aplique a argamassa na área do reparo moldando com a colher de pedreiro. Aplique por camadas: com a argamassa, a espessura é de 2 cm, e no caso do graute é possível criar camadas de até 5 cm. O tempo de cura varia de acordo com o produto - argamassa ou graute - de cada fabricante. Em média, cada camada de argamassa demora 6 h.

Fonte: Revista Equipe de Obra

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