domingo, 20 de junho de 2010

Comentários sobre o problema da Orla da Praia do Forte

Prezado Luciano,

Este é um problema que qualquer engenheiro calculista tenta evitar. Idealizar o projeto, realizar os cálculos, assinar embaixo, acompanhar a construção e, de longe, aguardar a chegada de uma ressaca que irá testar a obra não é agradável. Para início de conversa há que se decidir qual será o fator de segurança. 2, 3? Numa praia, como é o caso em Cabo Frio, qual a profundidade da fundação se a velocidade da onda é de 15 Km/hora ao atingir a parede de contenção? Mas, se por acaso atingir 25 Km/hora a força será 2,5 vezes maior. Neste caso, o que fazer? É um pesadelo. Se for possível evitar, evite-se, particularmente num caso tão evidente como o de Cabo Frio. As dunas foram aterradas e o limite imposto pela Natureza foi alterado. Imaginar que a construção de outra parede será a solução corresponde a garantir que o fenômeno natural não ocorrerá, o que é um erro crasso no contexto de um projeto como o proposto. Não só ocorrerá como poderá ser duas, três vezes mais violento.

Uma abraço

Ernesto Lindgren

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