terça-feira, 4 de dezembro de 2012

MP questiona impactos de eco resort em Arraial do Cabo


Imagem do ecoresort que está em processo de licenciamento na Restinga de Massambaba, em Arraial do Cabo
Foto: Divulgação

Imagem do ecoresort que está em processo de licenciamento na Restinga de Massambaba, em Arraial do Cabo Divulgação


No meio do caminho tinham um pássaro, uma árvore, um cágado e uma lagartixa. A proteção a espécies ameaçadas de extinção é o combustível da polêmica que envolve o licenciamento de um eco resort na Área de Proteção Ambiental (APA) de Massambaba, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. Com atividades de hotelaria, ecoturismo e pesquisa, o resort, com 519 quartos em três módulos, seria instalado numa Zona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS).

Em relatório enviado à 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Arraial do Cabo, o Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate) do Ministério Público Estadual afirma que o Estudo de Impacto Ambiental do empreendimento apresenta “falhas e omissões”. Uma das falhas seria a ausência do mapeamento das Áreas Preservação Permanente da região. A primeira audiência pública para discutir o assunto estava marcada para amanhã, em Arraial, mas foi adiada a pedido do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A nova data ainda não foi confirmada.

Empresa nega impacto

A empresa Ecoresort Empreendimentos de Ecoturismo S/A argumenta que o resort vai gerar mil postos de trabalho diretos e garante que ele não vai causar impacto significativo ao ecossistema. Do outro lado, ambientalistas denunciam que o resort é incompatível com a preservação das espécies. Bióloga da UFRJ e especialista em restinga, Amanda Navegantes defende uma mudança da área do projeto:

— As restingas já estão ameaçadas por conta da expansão imobiliária. Este empreendimento ficaria numa área preservada. Defendemos um novo licenciamento e proposta de mudança de área.
Além de uma árvore (Casearia sessiliflora) e do pássaro formigueiro-da-praia (Formicivora litorallis), as outas espécies ameaçadas que vivem na Massambaba são o cágado-amarelo (Acanthochelys radiolata) e a lagartixa-da-areia (Liolaemus lutzae).

O arquiteto e paisagista Pierre-André Martin, porta-voz do empreendimento, afirma que a empresa está preparando documentos complementares para responder aos questionamentos do MP.

— Temos toda a preocupação em ajudar a preservar estas espécies. Queremos que os ambientalistas sejam os fiscalizadores. Hoje há um processo de favelização da APA.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mp-questiona-impactos-de-eco-resort-em-arraial-do-cabo-6918809#ixzz2E4SbTVTD 

Nenhum comentário:

Postar um comentário