quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Brasil e o gargalo energético

José Deguchi Júnior(*)

O país está crescendo e cada vez mais o gargalo energético será sentido. O governo federal temendo um novo apagão está agindo, o futuro do Brasil depende e muito de investimentos em novas fontes energéticas.

A energia elétrica mais barata é a gerada por hidrelétricas, trata-se de uma energia limpa e o Brasil possui matéria prima (rios) em abundância para o aproveitamento, porém esta solução tem um custo. Áreas precisam ser alagadas, curso de rios desviados e povoados removidos. Trata-se de um visão simplista, mas é o que acontece.

Outras fontes estão surgindo, energia eólica, solar e biodisel são alguns exemplos. Apesar de mais caras que a hidrelétrica, podemos interpretar essa diferença como o pagamento de uma dívida causada por descasos do passado ou então como investimentos por um futuro melhor.

Algo que não pode deixar de existir é o diálogo, a efetiva discussão, a apresentação clara dos pós e contras, das causas e efeitos, as soluções alternativas e seus custos, porém de maneira alguma podemos permitir a defesa de uma determinada solução com base em um discurso que muito ouvimos em nosso município: “a área já está impactada, se não autorizar esta construção vai haver invasões e será pior”. Esse é o discurso da inoperância do poder público em fiscalizar. Toquei no assunto pois assisti um vídeo em que alunos na defesa da construção da usina de Belo Monte dizem que a área a ser alagada já apresenta intervenções e que há desmatamentos acontecendo em outros locais, não tendo retorno social ou econômico. Creio que o debate é sério e precisa acontecer, que se ouça a todos os envolvidos, técnicos ou não.

A energia eólica já é uma realidade nacional, até 2013 teremos algo em torno de 140 novos projetos, será um incremento energético de 4.000 megawatts (MW).

Abaixo apresento links para alguns vídeos sobre o assunto:

1) Vídeo com celebridades questionando a construção da mega usina na floresta:http://vimeo.com/32115701

2) Vídeo com alunos de Engenharia Civil da Unicamp defendendo a construção da usina e minimizando os impactos: http://www.youtube.com/watch?v=gVC_Y9drhGo

3) Vídeo, em 2 partes, produzido pela International Rivers, Amazon Watch, Movimento Xingu Vivo para Sempre e as atrizes Sigourney Weaver (versão em inglês) e Dira Paes (versão nacional) revelando o que será perdido com a construção: Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=4k0X1bHjf3E Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=JcCpFBro-Lc

4) Reportagem da TV australiana, 60 Minutes, onde o presidente do Ibama, Curt Trennepohl, causa polêmica ao dizer que seu trabalho não é cuidar do ambiente, e sim minimizar impactos ambientais. As declarações foram dadas à repórter Allison Langdon, que fazia uma reportagem sobre a licença de instalação da usina de Belo Monte, assinada por Trennepohl. Depois, sem saber que estava sendo filmado, o presidente do Ibama sugeriu que o Brasil faria com os índios a mesma coisa que a Austrália fez com os aborígenes, população nativa do país da Oceania:http://sixtyminutes.ninemsn.com.au/videoindex.aspx?videoid=49f44691-501b-41b9-b753-bb77ee77082b

(*) Engenheiro Civil e Vice-Presidente da ASAERLA (Associação dos Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos)

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