Sintomas como agressividade, desmotivação para realizar as tarefas do cotidiano, podem representar mais do que um problema passageiro e indicar que algo grave está acontecendo. O estresse crônico laboral, caracterizado pelo esgotamento emocional e falta de motivação para o trabalho, podem levar a um fenômeno psicológico chamado de Síndrome de Burnout. Foi o diagnóstico ouvido por uma jovem de 23 anos, funcionária de uma empresa de telemarketing do Vale do Sinos. "Era muita pressão, ficava o dia todo fazendo a mesma coisa. Não me sentia feliz", conta.
De acordo com estimativa divulgada pela unidade brasileira do Isma (Instituto Internacional voltado para o controle do estresse), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros são afetados pela Síndrome de Burnout. Conforme a sócia-fundadora do Isma, a psicóloga Sônia Maria de Wallau, a síndrome é um mau moderno e desconhecido pela maioria da população, motivado exclusivamente por questões do trabalho. "A expressão Burnout vem do inglês e significa consumir-se por dentro. É como se a pessoa fosse destruída lentamente pelo seu trabalho", diz.
O problema ocorre com mais frequência em profissionais que lidam diretamente com pessoas, como médicos, enfermeiros, policiais, professores e atendentes de telemarketing.
Pressão e cobrança ajudam a desencadear o sofrimento
De acordo com a psicóloga Sônia Maria de Wallau, o clima de pressão e de cobrança exercido pela organização, onde a satisfação total do cliente é motivo de cobrança diária, colaboram para desencadear o estresse crônico. "Se o funcionário já não se sente feliz trabalhando, na maioria das vezes o problema não é só seu, mas também da empresa", explica.
Para a especialista, a máxima dos Recursos Humanos de homem certo no lugar certo é um dos segredos para não desencadear a síndrome. Sônia acredita que a situação econômica, política e social do mundo moderno obriga cada vez mais as pessoas a trabalharem afastadas daquilo que realmente gostariam de fazer. "O trabalhador pode até ser muito eficaz, mas internamente está destruído." Para a psicóloga, a empresa precisa se preocupar com a qualidade de vida dos funcionários e não apenas exigir o cumprimentos de metas.
O jeito foi trocar de emprego
Uma jovem de 23 anos, moradora da região metropolitana do Rio Grande do Sul, durante três meses trabalhou como telemarketing ativo numa empresa do Vale do Sinos e manifestou os sintomas da Síndrome de Burnout. Ela lembra que aos poucos o trabalho foi mudando sua vida para pior. A chefia fazia cobranças constantes para que as metas fossem atingidas e, caso não fossem, os funcionários ouviam muitas reclamações. "Se em casa eu escutasse o telefone tocando, já ficava alterada", diz. A solução foi trocar de emprego.
(*) Fonte: www.protecao.com.br
Bom, realmente devemos nos preocupar com nossa saúde, porém não podemos nos dar ao luxo de trocarmos de emprego sempre nos encontrarmos estressados, pois a grande maioria dos trabalhadores brasileiros não dispõe dessa condição de mudar com facilidade de trabalho, e onde que nos SUS (sistema único de saúde), encontramos tratamento para esse tal de Síndrome de Burnout? Como nossos trabalhadores comuns irão se tratar?
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